sexta-feira, 26 de abril de 2013

Movimento pendular.


Raia o dia
Eu sou bom
Anoiteceu
Agora estou na depressão

Vestibular, vestibular
Como eu odeio te estudar

Da particular eu vim,
Mas agora tenho que sair
Por que me desprezam
Se eu continuar aqui?

Já não sei pra que estudo
Os valores eu perdi
Como qualquer outro
Que do sistema sorri

Os leigos falam
"Descanse meu rapaz",
Mas dormi por 15 anos
E hoje estou sem paz

Fora a duvida,
de vida a seguir
Se eu não tomar cuidado
Na inércia vou cair

Choro,
o Choro
de uma depressão
Quando acabar isso
Voltarei para a acomodação.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Escolhi Mudar.


Veio em minha mente:  "A dúvida".
Comum em estudantes do colegial ou até em alguns adultos.
"A dúvida" se não respondida e compreendida, pode acabar sufocando o livre-arbítrio do indivíduo. Ela é relativa em algumas pessoas. Umas pensam nela com números, outras com conhecimento Humano e outros com pensamento monetário, apenas.

"A dúvida" me envolveu em: Direito ou História ou  Filosofia. Advogado, promotor, juiz ou Professor.
"A dúvida" tomou conta de mim e perturbou minha mente a mais ou menos um ano.
Me falavam: "Para fugir da dúvida, ouça seu coração".
Quando tentei fazer isso, ouvi simples onomatopeias.

Recorri então ao Mestre, aquele que eu acredito ser o mais sábio de todos.
Ele disse: "Olhe ao seu redor".
De repente eu vi: Meu pai, meus professores, meu colégio, as matérias da escola que eu gosto, a namorada, a Igreja e voltei a ver  O Mestre.
Foi então que descobri a resposta para “A dúvida”.
Primeiro:
Achei Frustrante entrar no ônibus às 19:30, e ver, não passageiros, mas um rebanho indo para o matadouro do sistema. Cabeças encostadas na janelas, olhos fechados e boca aberta, um sinal clássico de rendição à inércia da vida: trabalhar para ganhar a vida, mas perde-lá trabalhando. Será que eu posso fugir disso?

Segundo:
Descobri que essa vida não vale a pena ser vivida se não para O Mestre. Eu lembrei que só estamos aqui de passagem e nosso objetivo não é apenas se formar, trabalhar, casar, ter filhos e morrer, (não necessariamente nessa ordem). Nosso objetivo é mais do que tudo isso: Ser feliz. Eu achei essa frase super clichê, mas é o que O Mestre falou para sermos. Dentre vários objetivos que se encontra em Seu manual, a verdade é que Ele nos disse para sermos Felizes!

Perante esses dois casos, eliminei "A dúvida". Eu escolhi ser o que o meu Mestre foi, um professor. De que? De idéias, de conceitos, de visões, de filosofias e de crenças...
No Seu livro, O Mestre disse para sermos como Ele. Encontrei, então, a resposta para "A dúvida".
Serei um revolucionário, um Santo, um amigo, um filósofo, um missionário, um servo, um líder, um professor!

Um pedaço da Inércia.

Estou no holocausto do sistema. Um local quente, sujo, velho e lotado de prisioneiros de uma escolha. Será que essa escolha foi dada com total livre-arbítrio? Será que todos que estão aqui lutaram para não serem acorrentados? Seus olhos, fartos de uma grande luta, dizem que sim! Um aprisionamento, não de uma vingança, mas de uma inércia. Eu estou no holocausto do sistema.

 As pessoas que aqui estão clamam por refúgio e misericórdia. Algumas ficam em silêncio, se acostumaram à rotina desse inferno. Outras abrem suas bocas para reclamar de tudo o que tem aqui. "Que horrível estar nesse lugar"; "Eu quero ir embora"; "É sempre a mesma coisa", eles dizem!

 Estamos nesse lugar porque talvez somos inferiores. Advogados, médicos, engenheiros, burgueses eu não os vejo aqui. Eu estou no holocausto do sistema.

 Olhos cansados, cabeças inclinadas com os corpos suplicando por descanso. Por que não dormi no inferno? Por que não fechar os olhos? Por que não me render a tudo isso com a esperança de que vou sair daqui a tempo? Talvez, a única saída seria não ter entrado nesse processo. Mas, para onde eu iria? O que fazer para não estar aqui? Todos estão indo por este caminho e não conseguem evitá-lo. De repente ouvi um alerta e uma porta se abrindo, achei que era minha oportunidade. Então saí e finalmente consegui me livrar desse maldito holocausto.

 Parecia que essa hora nunca chegaria. Demorou, mas agora estou fora. Dentre várias lutas consegui vencer uma. Mas será mesmo que venci? Meu holocausto, ah, o meu holocausto. Os que conhecem o chamam de ônibus, transporte público, trânsito, e eu consegui sair dele, apenas dele. Tenho agora mais lutas para serem combatidas, mas infelizmente, não tenho esperança de sair de nenhuma delas.